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É um pássaro? É um avião?

Rafael Teixeira



Quatro filmes. Esse foi o número de vezes que o último filho de Krypton apareceu nas grandes telas, para salvar o mundo e a todos. Mas com a nova onda de filmes baseados em história em quadrinhos era impossível não imaginar uma visão atualizada do Superman. E quem teve nas mãos a tarefa de fazê-lo foi Bryan Singer.

Singer, que é mais conhecido hoje pelos êxitos com os dois primeiros filmes da franquia mutante (“X-men” e “X-men 2”) largou a possibilidade de terminar a trilogia para trabalhar com o icônico herói de capa vermelha. Por ser um dos mais conhecidos super-heróis de todos os tempos, Superman gerou grandes expectativas em todos, “mortais” e fãs de histórias em quadrinhos.

Depois de uma longa jornada, estreou no dia 14, “Superman – O Retorno”, a quinta investida do homem de aço nos cinemas. Diferentemente de “Batman Begins”, (sobre outro herói da mesma editora, a DC Comics) que conta as origens do homem-morcego e não tem ligação com os filmes que o precederam, o novo longa do Superman dá continuidade aos pontos importantes dos dois primeiros filmes dirigidos por Richard Donner (os dois últimos da mesma série foram um fracasso).

Após cinco anos fora do planeta Terra, em busca de vestígios do seu planeta natal chamado Krypton, Kal-El retorna ao seu lar terrestre para descobrir que as coisas mudaram bastante sem a presença do Superman. Ele retorna a sua vida dupla como Clark Kent e seu trabalho no Planeta Diário, mas acaba descobrindo que nem todos esperaram por seu retorno: sua amada Lois Lane está noiva e tem um filho. Também para sua surpresa, seu arquiinimigo Lex Luthor está solto e planeja uma vingança definitiva contra o herói.

“Superman - O Retorno”, traz uma visão bastante humana do Superman/ Clark Kent tendo que lidar com as transformações na sua vida, entendendo seu papel como herói e tentando achar seu lugar aqui na Terra, depois que ele se descobre "sozinho" no universo: não é à toa que o chamam de o último filho de Krypton.

A fotografia do filme é espetacular, e a forma como cada tomada foi dirigida mostra a habilidade e o senso estético de Synger. Senso este que causou polêmica na hora das modificações no uniforme (cores mais escuras, brasão menor) e na escolha dos atores (um desconhecido para atuar como o homem de aço, uma atriz muito jovem como Lois Lane), mas que no fim mostraram-se extremamente coerentes e válidas.

Brandon Routh, ainda novato nas grandes telas, está perfeito no papel de Kent/Superman. Não só pela sua atuação convincente tanto como o desajeitado e tímido Clark Kent e o determinado, sincero e forte Superman, ou pela sua incrível semelhança com Christopher Reeve (o Superman original) e com o personagem das histórias em quadrinhos, mas também por um carisma que lhe parece inato, e que o faz empunhar o brasão do "Super" com maestria.

Já Kate Bosworth se mantêm razoável como a nova Lois Lane. Consegue transmitir um pouco de sua determinação e seu caráter indomável. Bosworth, porém, continua parecendo por demais jovem para representar a intrépida repórter do Planeta Diário, e sua atuação muitas vezes não consegue transmitir a força que a personagem dos quadrinhos possui.

Kevin Spacey consegue se superar como um Lex Luthor divertido e maquiavélico ao mesmo tempo, com pitadas de humor negro e sadismo requintado. Ele sempre aparece acompanhado de Kitty (Parker Posey, responsável pelas grandes risadas no filme), sua louca e hilária parceira de crimes.

Eu nunca vou entender porque James Marsden (o Ciclope da trilogia “X-men”) reduziu seu papel no terceiro episódio da franquia mutante, para aceitar o papel de marido traído nesse filme.

Não obstante, o filme não consegue satisfazer aqueles que esperaram tanto por um novo filme do homem de aço. Primeiro, o filme tem mais de drama e romance do que ação propriamente dita. Há cenas memoráveis do super-herói em ação, mas não o suficiente. O filme se centra mais no romance de Lois e Superman, e em como o mundo reage à volta do antigo super-herói, o que não é negativo, mas pouco atende as premissas de um filme de ação baseado em histórias em quadrinhos.

Tudo é muito silencioso, e você escuta muito pouco a voz do próprio protagonista. O filme também demora a chegar no seu clímax, e quando isso acontece acaba muito cedo. Sem falar no final que é um tanto dramático e piegas.

A nova versão parece realmente ter sido criada para dar um ponto final a série do Azulão... Ou não, como sempre acontece com os grandes blockbusters. Por ser o quinto filme, parece ter se descuidado na ação, e se concentrado demais no drama da história.

O retorno do Superman, portanto, foi recebido com grande exaltação pelos espectadores de todo o mundo, mas com certeza poderia ter sido mais monumental, cativante e surpreendente. Mais condizente com o manto que carrega (uma capa vermelha e um grande "S", pra ser mais exato).

Superman – O Retorno (Superman Returns)
EUA, 2006. Direção: Bryan Singer Elenco: Brandon Routh, Kevin Spacey, Kate Bosworth Duração: 154 min.

Eu tinha esquecido completamente de acessar isso aqui pra ver dicas de filmes. Ainda bem que lembrei [com ajudinha das divulgações orkuteanas].

Eu ainda pretendo ver superman e como não sou uma viciada em quadrinhos, não é tão fácil me desapontar... hehe
Mas a resenha ficou mto boa, mas depois que eu assistir o filme, volto aqui pra falar se foi condizente! hehehe

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