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100 RPM

Carlos Giffoni

Chev Chelios (Jason Statham) é um assassino profissional em processo de aposentadoria, seu último trabalho estava feito, só que ele não contava com as exageradas conseqüências que este serviço lhe trouxe, após lidar perigosamente com a máfia chinesa.

A manhã do primeiro dia livre daquela sub-realidade não começou bem...Na verdade, desde
aquela manhã Chelios não foi o mesmo: um de seus inimigos havia injetado em suas veias, enquanto ele dormia, o letal Coquetel de Beijing, veneno chinês que inibe a produção de adrenalina e, entre outros efeitos, diminui os batimentos cardíacos até a morte. O prazo de vida do matador de aluguel é curto, e para sobreviver até a volta do excêntrico médico responsável pelos seus cuidados, Chev deve manter sua adrenalina a mil – não que isso seja um desafio. Ainda bem, pois são nesses momentos que o humor, as vezes negro, do filme se pronuncia.

A história reúne perigosas gangues envolvidas com o tráfico, sexo na praça pública, veneno e antídotos, loiras burras – Chev tem uma namorada, Eve, por quem, aliás, decidiu largar o crime, carros em alta velocidade e muita ação, do começo ao fim. Para o matador, desafiar um grupo de negros armados apontando armas para a sua cabeça não é grande coisa, em troca do paradeiro de quem o sentenciou de morte. Invadir um shopping com um carro desgovernado, muito menos. Os fins justificam os meios: sua finalidade era a vida, os meios, quaisquer que mantivessem seu corpo em atividade frenética.

Claro, há um hispânico liderando uma das gangues, Carlito, e um velho chinês chamado Dom Kim, que foi o catalisador dos desastres na vida de Chev, mas que também pode ser a solução para todos os seus problemas. Para completar, a mocinha que é apaixonada pelo bandido e uma quantidade infinita de espécies de armas são os ingredientes para esta apenas digerível ação.

Um ponto interessante no filme é a maneira como as cenas são cortadas e exibidas. Numa mesma tela você pode ter a visão de vários ângulos, ou de diferentes cenários, dependendo de onde estão os enunciadores. Acompanhar os passos dos personagens parece bem divertido quando visto desta maneira.

Efeito sonoro é o que não falta neste filme de Mark Neveldine e Brian Taylor. As fugas e perseguições demasiado surreais são alimentadas também por uma gama de recursos um pouco estilísticos, típicos das produções que sempre terminam sendo exibidas em “Tela Quente”, com um protagonista brutamontes que concilia força em um corpinho de lutador, sadismo, libido e perícia japonesa somada à habilidade chinesa, constituindo uma grande ação oriental nos moldes mais ocidentais possíveis. Não é uma grande produção, nem tem pretensões de ser, pelo menos não deveria. No mínimo, vai elevar significativamente sua adrenalina por uma hora e meia.

Adrenalina (Crank)
EUA, 2006
Direção: Mark Neveldine e Brian Taylor Elenco: Jason Statham, Amy Smart, Jose Pablo Cantillo e Dwight Yoakam. Duração: 90 min.