No fim do mundo... E no fim da trilogia

Piratas do Caribe: No Fim do Mundo, é o último capítulo da trilogia bucaneira, mas não fique surpreendido se por acaso surgir um quarto episódio. Dessa vez Will Turner (na atuação enjoativa de Orlando Bloom) e Elizabeth Swann (e os biquinhos típicos de Keira Knightley) com a ajuda do ressuscitado capitão Barbossa (o divertidíssimo Geoffrey Rush) e toda a tripulação do Pérola Negra, tem de resgatar Sparrow do mundo dos mortos.

No Fim do Mundo deixa a desejar em todos os aspectos, exceto em beleza visual. Por uma bagatela de 300 milhões de dólares, a Disney criou cenários incríveis, batalhas épicas, monstros mais que realistas e tudo o que não pode faltar num blockbuster de aventura. De resto o filme é no mínimo confuso, com uma teia de traições e negociações difícil de acompanhar, e enfadonha se você considerar que o filme tem seus “rápidos” 168 minutos. Sem falar nas inúmeras informações inseridas de sopetão, sem nenhuma menção nos outros dois filmes, como a deusa Calypso, a própria Confraria, etc. Mas se você não der a mínima para esses detalhes do roteiro, pode aproveitar a ação desenfreada.
De atuações mesmo, só a de Geoffrey Rush e Johnny Depp, que ainda consegue ser bastante engraçado, mesmo que todos os trejeitos de Sparrow já estejam visivelmente desgastados nesse terceiro episódio. E se você prestar bastante atenção, atenção mesmo, você encontrará um Chow-Yun Fat cheio de cicatrizes como o capitão Sao Feng, em uma participação quase relâmpago, um mero coadjuvante estrelinha pra rechear os cartazes do filme. Há ainda outra participação rápida nesse capítulo final, uma menor ainda que a de Fat, mas que está sendo muito mais comentada, a do Rolling Stone Keith Richards, como figura paterna de Sparrow.

E depois de todo aquele tempo sentado olhando para mais água e água, o filme acaba num daqueles finais bem decepcionantes. Aí você sai da sala confirmando a teoria de que seqüências que surgem pelo sucesso de seus episódios anteriores só tendem a piorar mesmo, mas nem isso você ousa falar porque já é mais que óbvio. Deve ser coisa de cabala, numerologia. O três não deve trazer muita sorte ou coisa do gênero. E levando em consideração que praticamente estamos no ano do três, e que o novo do Homem-Aranha também foi uma grande decepção... Resta esperar Shrek Terceiro para confirmar a maldição desse número.

EUA, 2007
Direção: Gore Verbinski Elenco: Johnny Depp, Geoffrey Rush, Orlando Bloom, Keira Knightley e Chow-Yun Fat. Duração: 168 min.